A Reforma Tributária, promulgada pela Emenda Constitucional (EC) 132 em dezembro de 2023, representa um marco histórico para o sistema tributário brasileiro. No entanto, para que as mudanças propostas se tornem realidade, é necessário um processo de regulamentação minucioso e bem estruturado. Nesse contexto, o Governo Federal deu um passo crucial ao enviar ao Congresso Nacional o segundo Projeto de Lei Complementar (PLP) de regulamentação da Reforma Tributária do consumo.

O novo projeto aborda pontos essenciais para a implementação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), como a criação do Comitê Gestor do IBS, o contencioso administrativo, a distribuição de receitas entre os entes federados e o ressarcimento dos saldos credores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) acumulados até 31 de dezembro de 2032. Essas medidas visam garantir a eficiência e a transparência do novo sistema tributário, além de promover uma transição suave para os contribuintes e os entes federativos.

O Dr. Gustavo Bachega, Presidente do Instituto Brasileiro de Precatórios, destacou a importância desse segundo PLP para a regulamentação da Reforma Tributária. "A criação do Comitê Gestor do IBS é um passo fundamental para a implementação do novo sistema tributário. Esse órgão será responsável por uniformizar a interpretação da legislação do IBS, decidir sobre o contencioso administrativo e coordenar a fiscalização e as ações de cobrança. Isso trará mais segurança jurídica e eficiência para o processo de arrecadação e distribuição das receitas", afirmou Bachega.

O Presidente do IBP também ressaltou a relevância da regulamentação do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) e das alterações propostas no Código Tributário Nacional. "Essas medidas visam tornar mais clara a aplicação dos dispositivos constitucionais e adequar a legislação vigente às mudanças trazidas pela EC 132. Isso é essencial para garantir a efetividade da Reforma Tributária e evitar conflitos de interpretação", destacou Bachega.

Um dos pontos mais inovadores do projeto é a instituição do Comitê Gestor do IBS, uma entidade inédita no Direito Administrativo brasileiro e que não encontra precedente na experiência internacional. A formatação desse comitê demandou um intenso diálogo e busca de consenso entre os representantes dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Esse trabalho coletivo e cooperativo, envolvendo todas as esferas da Federação, é um exemplo de como a Reforma Tributária pode promover uma maior integração e alinhamento entre os entes federativos.

O Dr. Gustavo Bachega elogiou o processo de elaboração do segundo PLP, destacando a qualidade do diálogo entre os três níveis federativos. "A construção das soluções apresentadas nesse projeto é fruto de um trabalho conjunto e cooperativo entre a União, os estados e os municípios. Isso demonstra o compromisso de todos os envolvidos em buscar um sistema tributário mais justo, eficiente e transparente para o país", afirmou o Presidente do IBP. No entanto, ele ressaltou que é essencial que os mais diversos setores da economia participem ativamente das discussões sobre o Projeto. Embora a elaboração e a harmonia entre os diferentes entes federativos sejam imperativas para o avanço do projeto, os empresários precisam avaliar e buscar as melhores condições para que haja um crescimento e desenvolvimento econômico efetivo no Brasil. "A participação ativa do setor privado é fundamental para garantir que a reforma tributária atenda às necessidades e expectativas dos agentes econômicos, promovendo um ambiente de negócios mais favorável e estimulando o investimento e a geração de empregos", concluiu Bachega.

A regulamentação da Reforma Tributária é um processo complexo e desafiador, mas essencial para a concretização das mudanças propostas pela EC 132. O envio do segundo PLP ao Congresso Nacional representa mais um passo nesse sentido, estabelecendo as bases para a implementação do IBS e a modernização do sistema tributário brasileiro. Cabe agora ao Poder Legislativo analisar e aprimorar o projeto, garantindo que a Reforma Tributária se torne uma realidade e traga benefícios para toda a sociedade.

O Instituto Brasileiro de Precatórios continuará acompanhando de perto o processo de regulamentação da Reforma Tributária, contribuindo com análises técnicas e promovendo o debate sobre os impactos dessas mudanças para os contribuintes e os entes federativos. Como bem destacou o Dr. Gustavo Bachega, esse é um momento histórico para o país, e a participação de todos os setores da sociedade é fundamental para a construção de um sistema tributário mais justo, eficiente e transparente.